segunda-feira, julho 07, 2008

De·va·gar

De·va·gar vago o lugar que tinhas em mim.

sexta-feira, julho 21, 2006

Tal·vez

Talvez um dia saiba como. Ou tal·vez não. Tal·vez não é mais natural que tal·vez sim, porque ao coração não se diz sim ou não. Deixamo-lo correr à vontade, e tal·vez ele acerte. Tal·vez no sim, tal·vez no não. E quando ele pensa que acertou no sim, tal·vez do nada surja um não. Tal·vez um dia a espera acabe. Tal·vez um dia me digas sim.

terça-feira, maio 30, 2006

Dor

E dói-me que te doa assim, essa dor. Uma dor que nunca tive, mas que adivinho, sem querer saber como dói. Essa dor que não tem fim porque veio de um fim que não devia ter vindo. Assim, como veio. Quando se espera a dor, ela vai doendo aos poucos, espalha-se no tempo e torna-se menos dor. Pelo menos não tão dor como a que vem de repente e se nos crava no corpo, não deixando tempo para avisar da dor que vamos sentir. A dor que a ausência nos deixa, e que nos mata, vivendo. Dói-me, sim, a tua dor, que nunca senti, como sinto que a sentes.

sexta-feira, maio 05, 2006

As·sim

As·sim não. Sabes que não era as·sim. Era um não, um talvez, nunca um sim, eu sei, mas as·sim não. As·sim, no silêncio, eu gasto-me e perco o sentido. Deixaste-me as·sim. Sem sim, nem não.

Azul

Quero-te azul como a paz que me invade quando te vestes de mim.

segunda-feira, março 06, 2006

Na·da

Na·da. Já não sinto na·da. Nem saudade, nem dor, nem emoção alguma. Só um na·da, um vazio que alastra dentro de mim. Já não és na·da e eu na·da sou porque não existes em mim. Eras o meu motivo, a minha razão, o meu futuro, o meu fim de dia e o meu despertar. Agora, és na·da e eu receio tornar-me na·da por na·da sentir.

sexta-feira, novembro 25, 2005

A·mar·go

Uma sílaba a menos e era amar. Mas ela está lá, a peça a mais que o torna a·mar·go. Pode ser alguém, pode ser um nada, pode ser um tudo a mais que torna amar a·mar·go. Áspero, cruel no paladar, doloroso nos sentidos. A·mar·go é perder a doçura do teu olhar, ganhar uma ferida na alma que custa a sarar. Sinto ainda o sabor adivinhado dos teus lábios, mas ao contrário do sonho, é a·mar·go.

terça-feira, novembro 22, 2005

Po·ço

Queria atirar-me a um po·ço para te buscar nas águas em que te perdi. Queria afundar-me no lodo em que te escondes de mim. Nesse po·ço que criaste, em que finges não sentir sequer as ondas provocadas pelos meus apelos. Fechaste-te num po·ço e eu já não tenho palavras que te tragam à superfície.