domingo, outubro 30, 2005

So·no

So·no. Sonho. Dormir e sonhar. Sonhar acordado, sem so·no. Despertar do so·no, alienar o sonho. O so·no só deixa ver o sonho, não o deixa realizar. Tenho so·no, mas não quero adormecer. Dormir é ignorar.

Se·gre·do

Se·gre·do. Escondido, calado, um se·gre·do. Mudo, acumulado, entranhado. Não partilhado. Se·gre·do. Medo de dizer o que queremos gritar. E então dói, porque nos consome não poder partilhar. O se·gre·do.

Si·lên·cio

Si·lên·cio. Sssssssh.

sexta-feira, outubro 28, 2005

A·bra·ço

Um a·bra·ço são dois braços, e mais dois, e dois corpos enlaçados. Um a·bra·ço é um laço de gente que sente e se sente. Um a·bra·ço é um nó e um nós enlaçados. Um a·bra·ço é calor contra o frio do silêncio. Um a·bra·ço dá vida e mata a dor. A·bra·ça-me. Enlaça-me. Enlaço-te. A·bra·ço-te. Criemos um laço.

Li·mão

Li·mão é amarelo, é sumo, é Verão e a rodela no copo de água com gás. Li·mão é rugoso e encerado, Li·mão é amargo porque não é la·ran·ja e é amarelo. Li·mão até podia ser uma lima grande, mas não é porque a lima é verde e mais amarga ainda. Uma limonada com açúcar na esplanada à sombra do chapéu-de-sol. Amarelo. Não verde, porque limonada é cor de sumo de li·mão. E as esplanadas querem-se frescas.